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Uso do Controle Interno da Qualidade no Laboratório Clínico



Dia após dia, os laboratórios clínicos precisam demonstrar qualidade nos exames realizados. Afinal, cada vez mais, a sociedade vem necessitando de exames com qualidade e segurança para um diagnóstico seguro e preciso. Sendo o laboratório clínico o ambiente ideal para assumir tal papel, ele precisa passar a imagem de um local de confiança para seus usuários. Após a divulgação da RDC 302 em 2005, os laboratórios clínicos obtiveram um ganho enorme de qualidade em seus processos, o que levou a seguinte etapa: acreditação.


A acreditação laboratorial, hoje oferecida pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas por meio do Sistema Nacional de Acreditação – DICQ, trata-se de m Programa de Acreditação do Sistema de Gestão da Qualidade dos Laboratórios Clínicos, que emprega como referência a norma ISO 15.189. Esse programa permite que o laboratório utilize ferramentas que favoreçam o monitoramento de seus processos, em todas as etapas analíticas (pré-analítica, analítica e pós-analítica). De forma geral, a proposta do programa é permitir que o laboratório clínico objetive sempre a melhoria contínua, tendo o atendimento às necessidades do usuário e a entrega de exames com qualidade como foco principal.


Sabendo do papel da acreditação para melhoria dos processos do laboratório, nesta pauta, abordarei uma etapa muito importante no que diz respeito à qualidade laboratorial: o controle interno da qualidade.


Na rotina do laboratório, é necessário possuir mecanismos de monitoramento contínuo dos sistemas analíticos, o que pode ser obtido por meio do controle interno da qualidade. Conceitualmente, o controle interno ocorre pela análise de amostras com valores conhecidos ou de referência (quantitativos ou qualitativos), que devem abranger os níveis de concentração ou reatividade dos exames avaliados.


No mercado, existem diversas marcas e produtores. Portanto, cabe ao laboratório se programar e optar por materiais com características mais próximas às amostras biológicas. Um outro ponto importante a ser considerado na rotina laboratorial é o planejamento do uso de controles com o mesmo lote por pelo menos 6 meses. Ao se utilizar o mesmo controle por um longo período, é possível eliminar essa variável de erro inerente a troca frequente de lotes e controles, auxiliando a identificar mais rapidamente quando seus resultados de controle interno se encontrem fora das especificações aplicadas.


Uma vez definidos quais controles devem ser utilizados e antes do término do lote em uso, recomenda-se que o laboratório comece a determinar seus valores de controle interno, utilizando aqueles de bula somente como referência, pois os valores obtidos devem estar dentro da faixa estabelecida pelo fabricante do controle.


Se você estiver se perguntando por que deve adotar essa prática, a razão é muito simples: os valores estipulados pelos fabricantes são compostos por diversos resultados oriundos de rotinas, equipamentos e profissionais diferentes, mas que possuem equivalência na metodologia empregada. Dessa forma, espera-se que a amostra de referência ou controle interno possua um desvio padrão (DP) maior, causando assim uma faixa de aceitabilidade maior.


Quando se emprega valores próprios, avalia-se um único sistema analítico, ou seja, o próprio processo de execução do exame, os profissionais envolvidos na atividade, as pipetas calibradas, os reativos utilizados e tudo o que pode trazer incertezas para os resultados produzidos pelo laboratório. Ao se utilizar seus próprios resultados, o desvio padrão e o coeficiente de variação são reduzidos. Assim, com base nos resultados obtidos no controle interno, qualquer mudança na rotina será facilmente identificada, tornando possível uma ação mais rápida e assertiva para resolver o problema, antes mesmo que ele alcance o usuário final.


Um ponto muito controverso entre os laboratórios diz respeito à quantidade de níveis de controles utilizados. Quando se utilizam de 2 a 4 controles por corrida e se aplicam as Regras Múltiplas de Westgard, mantém-se um número baixo de falsas rejeições e, ao mesmo tempo, uma alta taxa de identificação de erros.


Para a aplicação correta do CQI, a qualificação constante da equipe técnica e dos colaboradores do laboratório clínico se faz necessária. Esse é um tema frágil e pouco abordado nas universidades, por isso requer a busca por treinamentos específicos disponíveis no mercado.


Mediante empresas qualificadas e instrutores experientes, o laboratório pode aprender sobre tudo o que envolve o controle interno da qualidade e, posteriormente, difundir tal conhecimento. Desta forma, ele estará cumprindo mais e mais com o seu papel: oferecer exames de qualidade e garantir a segurança do paciente.




ANDRÉ VALPASSOS PACIFICI GUIMARÃES

Coordenador do Sistema Nacional de Acreditação – DICQ

Diretor de Qualidade do Programa Nacional de Controle de Qualidade – PNCQ


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