Os resultados que o laboratório colhe dentro e fora de uma crise estão diretamente relacionados ao desempenho da gestão. Num cenário em que o laboratório possui uma gestão descomprometida com metas, o gestor até pode obter frutos em situações normais, mas dificilmente conseguirá sobreviver a certos desafios, como os impostos pela pandemia, sem ter sérios prejuízos financeiros.
Sendo assim, sabendo que o gestor desempenha um importante papel no futuro de um negócio, listamos quatro habilidades que são inerentes ao cargo mais importante da organização, além de muito necessárias para sobreviver em cenários de crise.
1) Resiliência: habilidade-chave de sobrevivência
Na área da física, segundo a Oxford Languages, a resiliência é a “propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica”. O significado de resiliência se estende também à psicologia, quando falamos da capacidade que uma pessoa tem de enfrentar um tipo de evento traumático sem entrar em algum surto psicológico, conseguindo assim lidar com os problemas e adaptar-se às mudanças.
No âmbito da gestão, a resiliência tem relação com a capacidade do gestor de tomar decisões rápidas e de enfrentar desafios que aparecem pelo caminho, e que poderiam facilmente desestabilizar um indivíduo, levando-o a uma estagnação provocada por sentimentos como impotência, medo ou angústia.
Uma decisão rápida tomada por um gestor resiliente pode ajudar o laboratório a sofrer menos, ou por menos tempo, os impactos provocados por alguma adversidade. No começo da pandemia, por exemplo, quem optou por adaptar o quanto antes o espaço e seus processos, a fim de atender aos requisitos mínimos de segurança e distanciamento social, conseguiu retomar as atividades do laboratório mais rapidamente.
A resiliência é uma habilidade-chave de sobrevivência, que não surge do dia para a noite, mas que pode ser absorvida por qualquer pessoa interessada em desenvolvê-la. Além disso, ser resiliente não significa ignorar nossos medos, anseios, bem como outros sentimentos negativos que surgem a partir de um problema, mas sim lidar com eles o mais rápido possível e com a mente limpa.
2) Empatia: colocando-se no lugar do outro
A habilidade de se colocar no lugar do outro e entender os seus sentimentos e suas motivações pode parecer pouco relevante quando o assunto é gerir um negócio, mas, na verdade, ela é uma das habilidades mais estratégicas e poderosas que um gestor pode ter. A empatia se aplica em todas as relações humanas do laboratório, o que inclui clientes, colaboradores, parceiros, concorrentes e fornecedores, e, quando aplicada adequadamente, traz muito mais resultados do que qualquer outra habilidade.
Como entender o que os clientes esperam de nós? Como fazer com que o meu cliente me valorize mais? Como melhorar o rendimento dos funcionários? Como criar estratégias melhores que as dos nossos concorrentes? Como criar parcerias estratégicas que tragam resultados para o laboratório? Essas são apenas algumas perguntas que um exercício de empatia pode nos ajudar a responder.
Ao entender os problemas, os medos, os anseios e as aspirações do outro, o laboratório pode se posicionar mais assertivamente como uma solução. Quando você compreende o que o seu cliente valoriza em um serviço laboratorial, por exemplo, poderá oferecê-lo também, e, consequentemente, cobrar mais por ele. Além disso, quando você entende o foco estratégico do concorrente, fica mais fácil criar uma ação de marketing mais eficiente. Em uma crise, como a que estamos vivenciando por causa da pandemia, se o gestor entende o que está impedindo seu cliente de fazer os exames no laboratório, como o medo do contágio, ele poderá tomar as medidas necessárias, e rapidamente, para resolver essa situação.
3) Liderança: uma habilidade essencial em tempos de crise
No meio de uma crise, a capacidade de liderar de um gestor é essencial para garantir que as primeiras ações de resposta aos problemas sejam tomadas. O sentimento de insegurança dos colaboradores e clientes pode aumentar se sentirem que o gestor não está na linha de frente, tomando decisões e resolvendo questões que irão beneficiá-los.
Essa habilidade, no entanto, é desafiadora para muitas pessoas, porque envolve outra capacidade bem importante: a de assumir responsabilidades. É prazeroso receber os créditos quando alguma ação funciona, mas esse sentimento pode sofrer uma reviravolta quando uma decisão tem um resultado negativo. Aliás, as chances de certas ações tomarem um rumo errado no meio de uma crise são bem maiores, o que desestimula os diretores a adotarem alguma estratégia diferente e que os mantém em uma zona perigosa de conforto.
Um líder sabe que erros acontecem e que deve estar disposto a assumir responsabilidades. A certeza de saber que existe alguém capacitado à frente do negócio, disposto a encarar os riscos e elevar o patamar financeiro do laboratório, traz para a equipe e para os clientes a sensação de confiança, tão necessária para sobreviver em tempos de instabilidade.
4) Capacidade de adaptação e aprendizagem: o segredo do sucesso
Muitos gestores incorrem no erro de achar que já sabem o suficiente, e que, por isso, não precisam buscar mais conhecimento ou se atualizar. Esse equívoco talvez seja o pior que alguém pode cometer no âmbito gerencial, porque o mundo está sempre mudando – seja na crise ou fora dela, as tecnologias evoluem, as pessoas aprendem e desaprendem hábitos e os modelos de gestão e as relações humanas são constantemente atualizados. Tudo que não evolui se torna obsoleto, e a obsolescência só tende a levar para um caminho: o do esquecimento ou do desuso.
A ideia de que as coisas só mudam quando ocorre uma crise é equivocada. Na verdade, o que ocorre em períodos caóticos é que as mudanças se tornam aceleradas e trazem a sensação de uma transição descontrolada.
Nesse sentido, a adaptação a uma mudança acelerada só é possível quando o gestor busca se atualizar e está disposto a aprender, assim como a escutar seus clientes e colaboradores, porque a fonte de informação e aprendizado não vem apenas dos livros e de outros profissionais: ela também acontece em nosso entorno.
Em períodos de crise, nossas habilidades (que são constantemente colocadas à prova) nos permitem, muito mais do que sobreviver a ela, encontrar uma oportunidade para tomar de vez as rédeas de nosso negócio ou ainda para levá-lo a outro patamar, ganhando assim uma visibilidade que o laboratório não tinha antes. Se você está se perguntando o que fazer se não possui todas essas habilidades, tão fundamentais para superar os momentos de crise, não se preocupe, afinal, nenhum gestor nasce pronto para assumir sua função com perfeição. Além disso, o importante, nesse caso, é reconhecer a importância de desenvolver cada uma dessas habilidades.
E aí, gostou da pauta de hoje? Conte para a gente o que você vem fazendo para superar a crise imposta pela pandemia!
Comments