Desde que o planeta inteiro direcionou sua atenção e seus esforços para lidar com a pandemia, a realidade da população passou a ser outra. Seja pela análise do posicionamento de outros países ou pela convivência com o vírus em nosso país, está cada vez mais evidente que alguns hábitos serão revisados e que o convívio entre as pessoas será diferente. Estamos caminhando então para um novo normal?
A resposta para essa pergunta é: sim; pelo menos até desenvolvermos uma vacina eficaz contra o novo coronavírus. Abraços, passeios despretensiosos pelos shoppings, eventos em casas de show e grandes espetáculos provavelmente serão postergados até uma vacina ser lançada ou até produzirmos um remédio comprovadamente eficaz e com baixos efeitos colaterais para seus usuários.
Nessa transição do antigo para o novo normal, o laboratório, um dos estabelecimentos mais importantes no controle da pandemia, está tendo que lidar com algumas mudanças (temporárias). São elas:
1. Pacientes receosos de frequentarem os estabelecimentos de saúde
Informações sobre o novo coronavírus, bem como alertas sobre os riscos de não se cumprir o isolamento social, estão tomando grande parte da mídia. Com isso, pessoas com outras enfermidades (de baixa gravidade) não estão consultando seus médicos, nem fazendo os exames de rotina; e tal comportamento está corroborando para o baixo movimento no laboratório.
Para reverter essa situação, a comunicação, com o público, sobre as medidas de segurança adotadas pelo laboratório precisa ser clara e eficiente. Caso contrário, a baixa no movimento pode continuar por mais tempo do que o esperado.
2. Medo dos colaboradores de voltarem ao estabelecimento de trabalho
Assim como os pacientes, que têm receio de ir ao laboratório, os próprios colaboradores também não se sentem seguros de frequentarem o local. Por essa razão, há relatos de alguns casos de pedido de aumento salarial. Porém, se os laboratórios levarem essa requisição à risca, eles logo terão um desequilíbrio na folha de pagamento; afinal, após a pandemia, o aumento continuaria vigente.
Para lidar com essa situação atípica, vale lembrar que os funcionários já recebem um adicional insalubridade, e que os laboratórios estão tomando todas as medidas possíveis para evitar o risco de contágio.
Estar em constante comunicação com os colaboradores, liderando-os e mostrando controle sobre a situação, também pode ajudar o laboratório a lidar com esse impasse, mesmo porque é papel do gestor ofertar os EPIs necessários para a execução da função, bem como implementar medidas que garantam, além da segurança dos clientes, a segurança dos colaboradores, como é o caso de um painel/uma proteção de acrílico para a recepção.
3. Os testes de COVID-19
As principais entidades de saúde do mundo ainda não estão certas de qual teste possui maior sensibilidade para acusar a presença da COVID-19. O vírus é atípico, e os testes ainda se mostram com problemas de operação, devido à dificuldade de se afirmar precisamente qual a janela imunológica do vírus. Mesmo assim, a corrida por exames laboratoriais de coronavírus atinge um pico de demanda, que pode ser um dos sustentadores do laboratório neste período de recessão. Uma decisão difícil para todos os gestores do ramo.
Essa corrida também gera uma nova desconfiança dos profissionais do ramo em relação à qualidade dos testes rápidos (não só para o coronavírus). Escolher os fornecedores pela qualidade oferecida, e não apenas pelo preço, pode livrar o laboratório de processos judiciais e de outros tipos de incomodações, como o resultado falso-positivo ou falso-negativo.
4. Investimento em novas (e seguras) formas de coleta
Para garantir mais segurança aos pacientes e funcionários, muitos laboratórios estão ofertando novas formas de atendimento fora das salas de coleta: sistemas drive-thru foram implantados em laboratórios que possuem estacionamento próprio ou conveniado, e a coleta domiciliar foi reforçada. Em cidades menores, o deslocamento não chega a ser um problema, mas, em grandes centros, o trânsito pode ser um inimigo da produtividade e do cumprimento dos agendamentos realizados.
Essa dinâmica evidencia a importância de descobrir rapidamente como atender às novas necessidades do cliente e por em prática um novo tipo de serviço, sem colocar a qualidade do laboratório em cheque.
Daqui por diante, a tendência é que novas inovações na prestação de serviço continuem acontecendo, por isso o gestor deve ter um plano de ação para implementar melhorias em processos sem perder a qualidade.
5. Compra de insumos e seu impacto
Em 30 de dezembro de 2019, o dólar estava cotado em R$ 4,01. Em 13 de maio de 2020, o valor do dólar comercial bateu a marca de R$ 5,90, totalizando um aumento de 47,3%. Com isso, a compra de insumos para análises clínicas teve um crescimento considerável, visto que a maioria dos reagentes é importada. Para os laboratórios, aproveitar o preço ainda sem reajuste para estocagem pode ser um fator positivo, desde que a data de validade não seja curta.
Certamente, o SARS- CoV-2 vai continuar causando mudanças ao longo dos anos. Além de ser um acelerador que findou com muitas práticas já consideradas defasadas, a chegada do coronavírus evidenciou a necessidade de pensarmos no futuro dando ênfase em ações que visem a prevenção de problemas, e não apenas a tomada de medidas urgentes e imediatas.
Apesar de o cenário atual não ser animador, é provável que os laboratórios saiam dessa situação fortalecidos e mais reconhecidos; afinal, eles estão cada vez mais em destaque na mídia. Nesse momento, todas as exigências sanitárias e normas de trabalho estão sendo seguidas, reforçando o trabalho do laboratório como referência.
Seu laboratório está passando por alguma outra mudança que não foi contemplada nesta pauta? Compartilhe conosco: responda nos comentários, pelo WhatsApp do AceleraNews ou envie um e-mail para contato@aceleralab.com.br.
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