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O Quanto suas Opiniões e Impressões são Baseadas em Fatos? por Fabiano Larentis





Na pauta de hoje, o Professor Fabiano Larentis, Coordenador de Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade de Caxias do Sul e Docente da Área de Sociais traz uma reflexão baseada no livro "Factfulness" de Hans Rosling, Ola Roslin e Anna Rosling Rönnlund.


Antes de começarmos, responda à seguinte questão:


Ao longo dos últimos cem anos, o que ocorreu com o número de mortes anuais decorrentes de desastres naturais? Qual a alternativa correta?


a) Mais do que dobrou

b) Permaneceu mais ou menos igual

c) Diminuiu para menos da metade.


Essa pergunta e mais onze foram feitas por Hans Rosling, em pesquisas para 12 mil pessoas em catorze países, envolvendo inclusive líderes mundiais e formadores de opinião, as quais serviram de base para escrever o livro Factfulness (Editora Record), juntamente com Ola Rosling e Anna Rosling Rönnlund.


Voltando à pergunta, você acertou se indicou a letra “c”, juntamente com 16% dos respondentes da Noruega e Finlândia, os países que menos erraram. Essa mesma pergunta foi feita para chimpanzés, com o percentual de respostas corretas em 33%, ou seja, seguindo a aleatoriedade. Considerando essa e as outras onze questões, de natureza demográfica, econômica, social e ecológica, 80% dos participantes acertaram em média até três questões, 10% em média quatro, igual aos chimpanzés, e 10% dos participantes acertaram de cinco a onze. Ninguém acertou todas as questões e só 10% com desempenho superior aos chimpanzés!


Por que isso ocorre? Conforme os autores, é em decorrência de dez instintos:


1. Instinto da separação: temos que lembrar que a realidade não costuma ser polarizada;


2. Instinto da negatividade: precisamos considerar que informações sobre eventos ruins têm mais chances de chegar até nós;


3. Instinto da linha reta: não presumir que as linhas de tendência são retas, pois elas são mais raras na vida real – curvas são predominantes, de diferentes formatos;


4. Instinto do medo: não necessariamente as situações mais assustadoras são as que representam mais riscos – vemos o mundo de forma diferente quando estamos com medo;


5. Instinto do tamanho: precisamos considerar a proporção, lembrando que um número pode parecer impressionante por estar isolado, mas que isso muda quando o comparamos ou o dividimos por outro número relevante;


6. Instinto da generalização: devemos questionar nossas categorias com as quais classificamos as coisas, para reduzir a chance de generalizar incorretamente;


7. Instinto de destino: muitas coisas parecem constantes apenas porque a mudança ocorre lentamente – importante monitorar melhorias graduais e atualizar o conhecimento;


8. Instinto da perspectiva única: é necessário olhar para os problemas a partir de muitos ângulos, pois uma única perspectiva pode limitar a imaginação;


9. Instinto de culpar: pode tirar o foco de outras possíveis explicações e bloquear nossa capacidade de evitar problemas parecidos no futuro;


10. Instinto da urgência: precisamos nos atentar quando uma decisão parece urgente e lembrar que ela raramente é: Keep calm!


Tais instintos, de acordo com os autores, podem ser controlados com humildade e curiosidade. Com a humildade, sendo realistas sobre a extensão do conhecimento, incluindo com a possibilidade de mudar de opinião. Com a curiosidade, tendo a abertura para novas informações, para que os erros deflagrem curiosidade ao invés de constrangimento. Não devemos ser nem otimistas nem pessimistas, mas possibilistas. Os autores concluem que uma visão de mundo baseada em fatos é menos dramática.


Tais aspectos obviamente não reduzem, por exemplo, a gravidade da situação pela qual estamos passando agora, mas nos faz refletir a respeito do quanto os dez instintos podem nos levar a subestimar, superestimar ou distorcer tanto esse momento quanto outros que envolvem nossas vidas. Também nos fazem atentar para o desenvolvimento do pensamento crítico e a contribuição que recebe das universidades. Nesse contexto, é necessário destacar o papel fundamental dos cursos de mestrado e doutorado.



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Fabiano Larentis


Doutor em Administração pela UFRGS. Docente do Programa de Pós-graduação em Administração da UCS. Coordenador de Coordenadoria de Pós-graduação Stricto Sensu, ligada à PPPG UCS.

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