Bem-vindo à nova temporada de conteúdo do Portal Aceleralab! Esperamos que este ano seja de grande aprendizado e repleto de realizações para nossos leitores, clientes e parceiros. Em 2020, pretendemos seguir com pautas necessárias e focadas na valorização dos bons profissionais do setor de análises clínicas. Haverá muitas novidades ao longo do ano, então, para não perder nenhum conteúdo, inscreva-se em nosso portal e siga a nossa página no Instagram aqui!
A pauta de retorno do Aceleralab traz uma importante reflexão iniciada com a recente divulgação de uma lista de desafios urgentes e globais para a saúde publicada pela ONU. Criada com a contribuição de especialistas renomados, a lista contém pautas que não são simples de se resolver, e que atualmente não possuem os recursos financeiros suficientes para o encaminhamento de soluções. Em nota, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, cita que é preciso “perceber que a saúde é um investimento no futuro”. Ele complementa ainda que “os países investem na proteção de seu povo contra ataques terroristas, mas não contra o ataque de um vírus, que pode ser muito mais mortal e muito mais prejudicial”.
Os casos recentes de coronavírus corroboram o discurso de Ghebreyesus, e ainda evidenciam o despreparo das autoridades governamentais mundiais acerca do tema.
Desafios urgentes e globais para a saúde
Os desafios mencionados na lista publicada pela ONU são:
1 – Manter os serviços de saúde limpos
Segundo informações do próprio site da ONU, cerca de 25% dos centros de saúde em todo o mundo possuem falta de serviços básicos de água potável. Como o documento não tem dados referentes ao Brasil, não podemos fazer um comparativo com os outros países, porém, sabemos que as condições mínimas para o funcionamento da maioria dos laboratórios que frequenta o nosso portal são atendidas, visto que existem normas regulamentadoras para esse fim.
2 – Destacar a importância da saúde no debate sobre o clima
As mudanças climáticas causam desastres naturais que pioram os índices de subnutrição e ajudam a espalhar doenças infecciosas, como é o caso da malária. Apesar dos esforços para erradicar a doença no Brasil, segundo o portal da Fiocruz, a região amazônica ainda concentra 99% dos casos no país, e a região Norte possui sistemas de saúde menos resilientes a mudanças. Outro problema grave ocorre logo após uma redução dos casos em uma região, pois os esforços de contenção da transmissão costumam ser menores, e ocasiona o ressurgimento da doença em pouco tempo. Nas regiões afetadas, o exame parasitológico do sangue em gota espessa é a forma mais segura de diagnóstico, pois os sintomas clínicos são parecidos com os da dengue e da febre amarela.
A poluição do ar, que mata cerca de 7 milhões de pessoas todos os anos, é outro ponto de destaque em relação ao debate sobre o clima.
3 – Tornar os cuidados de saúde mais justos
Os países mais ricos tem uma expectativa média de vida 18 anos mais alta do que as pessoas de países mais pobres. A OMS afirma que uma das melhores formas de combater a desigualdade é por meio dos cuidados primários. Além disso, a organização pede que os países invistam 1% do seu Produto Interno Bruto, PIB, nessa área. No Brasil, o gasto total em saúde é de cerca de 8% do PIB, porém, nem sempre a distribuição desses valores está de acordo com a necessidade das regiões/da população.
4 – Melhorar o acesso a medicamentos, vacinas e exames
Cerca de um terço das pessoas no mundo tem falta de acesso a medicamentos, vacinas, ferramentas de diagnóstico e outros produtos de saúde essenciais. Na realidade brasileira, muitas vacinas, como a da febre amarela, estão em falta em postos de saúde e até mesmo em espaços de vacinação terceirizados. Por isso, muitos laboratórios privados aproveitam suas instalações para desenvolvê-las, e, com uma boa estratégia, bons resultados podem ser atingidos.
Além da falta de acesso, outro grande perigo, que assola a população, são os remédios falsificados. Como meta de 2020, a OMS pretende intensificar a fiscalização e controlar a qualidade dos medicamentos.
5 – Combater as doenças infecciosas
Segundo estimativas da OMS, infecções como HIV, tuberculose, hepatite e malária serão responsáveis pela morte de 4 milhões de pessoas em 2020. Tais doenças, quando detectadas de forma rápida, ou realizadas as medidas de imunização, podem ser tratadas, controladas e, em muitos casos, até curadas, sem efeitos colaterais. Para isso, é necessário que o paciente (em caso de suspeita) utilize o laboratório para confirmação o mais rápido possível.
6 – Preparar-se contra as epidemias
O mundo gasta mais recursos na resposta a surtos de doenças do que na sua prevenção, relata a agência da ONU. Novas epidemias são inevitáveis, portanto, além do investimento em serviços para manter a população segura, são necessários métodos de diagnóstico eficientes para evitar sua rápida propagação.
7 – Fazer uso de novas tecnologias
As novas tecnologias estão mudando a forma de se prevenir, diagnosticar e tratar muitas doenças. De acordo com a OMS, “manipulação genética, biologia sintética e tecnologias digitais, como inteligência artificial, podem resolver muitos problemas, mas também levantam questões e desafios sobre monitoramento e regulação”. Para os laboratórios, as novas tecnologias poderão facilitar e agilizar a descoberta de doenças e de uma cura mais efetiva, desde a gestação até o envelhecimento populacional.
8 – Ganhar a confiança das pessoas
A onda de fake news na saúde pública vem causando transtornos gravíssimos para a população. De remédios milagrosos a mitos dos malefícios da vacina, a falta de confiança nas instituições públicas está aumentando o número de mortes por doenças que poderiam ter sido prevenidas. A OMS está usando as principais redes sociais para garantir que as pessoas tenham acesso à informação de qualidade.
Além dos desafios listados acima, a lista da ONU contempla os seguintes pontos:
Desenvolvimento de resistência antimicrobiana: existe uma ameaça no sentido de atrasar a saúde moderna em várias décadas, mas estudos já estão sendo realizados a fim de buscar formas de resolver o problema.
Cuidados em locais de conflito e crises: no ano passado, os maiores surtos de doenças aconteceram em países afetados por conflitos, e acredita-se que esse problema deve persistir neste ano.
Falta de investimento nos funcionários de saúde: até 2030, serão necessários mais 18 milhões de trabalhadores na área da saúde, em países de rendas média e baixa, incluindo 9 milhões de enfermeiros e parteiras.
Segurança dos adolescentes: mais de 1 milhão de adolescentes, entre os 10 e os 19 anos, morre todos os anos. As principais causas incluem acidentes de viação, HIV, suicídio, doenças respiratórias e violência. Como providência, em 2020, a OMS pretende publicar novas diretrizes para melhorar a saúde mental da população.
Proteção de produtos perigosos: de acordo com dados da OMS, cerca de um terço de todas as doenças é causada por falta de comida, alimentos pouco seguros ou dietas pouco saudáveis. Como estratégia de combate, um dos objetivos da OMS é limitar o consumo de gorduras trans até 2023.
Os laboratórios que quiserem continuar competitivos, nessa nova década que se inicia em 2021, terão que redesenhar seus processos, buscando o protagonismo na saúde da população que atendem (protagonismo este que será tema de nossa próxima pauta). Para isso, mais do que fazer análises clínicas, será necessário ser fonte de informação, estar presente na rotina dos pacientes e estar por dentro das novas metodologias de análise e diagnóstico. Tudo isso sem deixar de olhar para seus processos gerenciais, é claro.
O futuro da saúde e dos laboratórios no Brasil é uma pauta que irá continuar na próxima terça. Fique ligado!
Aguarde ainda mais novidades!
Para que você não deixe de ler nenhum de nossos conteúdos, em 2020, além do e-mail, estrearemos, nos próximos dias, dois novos canais de divulgação: o Instagram e o WhatsApp. Para receber as pautas pelo telefone, deixe seu número de telefone clicando aqui ou clicando no símbolo de WhatsApp em nossas páginas.
** Artigo editado, escrito originalmente em 13 de fevereiro de 2020. Ainda que naquele momento não se pudessem prever as radicais alterações de cenário trazidas pela pandemia de COVID-19, alguns movimentos de laboratórios já eram previstos. A.A.
Comments