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Entrevista com Dra. Maria Elizabeth, vice-presidente da SBAC


Na pauta de hoje, temos a honra de apresentar uma entrevista que fizemos com a Dra. Maria Elizabeth Menezes, farmacêutica com pós-doutorado em Qualidade dos Processos Laboratoriais, vice-presidente da SBAC, pesquisadora, e proprietária do laboratório DNA Análises em Florianópolis/SC. Nessa entrevista, a doutora relata sobre as experiências vividas ao longo da sua trajetória profissional, explica qual é o papel da SBAC para o setor de análises clínicas e esclarece como adaptou o laboratório para atender pessoas necessitadas de mais humanização no atendimento. Confira!

Desde 2014, você assumiu a vice-presidência da SBAC. Como você enxerga a importância da instituição para o setor de análises clínicas?

A SBAC tem como missão lutar pelos interesses dos seus associados, tendo o coletivo em mente. As causas em que a SBAC está presente possuem impacto no dia a dia do laboratório, embora nem sempre o profissional da área tenha essa percepção. A RDC 302, que regulamenta a parte laboratorial, está sendo revisada pela SBAC em conjunto com outros profissionais, pois necessitamos de alguém nos representando.

Gerir um laboratório não é uma tarefa fácil. É preciso estar atento a tabelas de honorários, glosas, garantir a qualidade dos processos e ainda divulgar o serviço aos pacientes. Como foi a decisão de abrir um laboratório?

A decisão de abrir um laboratório foi impulsionada por um médico patologista de Florianópolis, Dr. João Nilson Zunino, e por um laboratório americano. Padrão de qualidade é a mola mestra em cursos de mestrado e doutorado, então, já fazia parte “do meu fazer”, e o laboratório é a arte do saber e do saber fazer. Na ocasião, não pensei nas glosas ou nos honorários; pensava em um serviço de qualidade e modernidade. Com minha formação, o controle de processos laboratoriais e procedimentos sempre foi o foco.

Mais do que uma proprietária de laboratório, você ainda possui uma relação bem forte com a pesquisa. O que muda em um laboratório cuja pesquisa está tão presente?

A análise crítica e a percepção quase que imediata ao analisar um resultado e “sentir" que tem algum processo comprometido, podendo ser rastreado devidamente. A individualização dos resultados, tornando o paciente um indivíduo, e a análise individual, personalizada desde o exame mais simples até o mais complexo.

Você possui uma relação muito próxima com a sua filha, portadora de necessidades especiais. Isso fez você perceber o atendimento de uma maneira diferente? Quais são os diferenciais do seu laboratório para atender o público que precisa de um atendimento mais personalizado?

Contextualizando, todos os pacientes devem ter um excelente atendimento, porém, os especiais devem receber um atendimento diferenciado.

Um dia por semana, atendemos pessoas portadoras de necessidades especiais, além de fazer o atendimento domiciliar. Geralmente, tentamos convencer a família a levar o portador de necessidades especiais até o laboratório. No dia dedicado a este tipo de coleta, o laboratório oferece alguns entretenimentos, e cada paciente é recepcionado com muito carinho e alegria, pois trazê-lo até nós já é considerado um sucesso da família.

Na sua opinião, em que parte os laboratórios mais pecam no atendimento às pessoas com necessidades especiais? O que você sugere que seja feito?

Penso ser no atendimento, que deve ser humanizado e personalizado para cada paciente, correlacionando com a síndrome do indivíduo. Os pacientes especiais devem ser tratados de acordo com a natureza da doença; não dá para dissociar.

A sua trajetória profissional é pautada por conquistas. Quais foram os grandes marcos, e quais você destaca com mais orgulho?

É impossível não destacar a importância de meu pai (Cel. Bento da Roza Menezes) em todo o processo. Vim de uma cidade muito pequena do Norte catarinense, Canoinhas. Na época, só os homens saíam para estudar dentro da família como um todo, porém, nosso pai sempre incentivou a leitura e o conhecimento. Eu tinha 8 anos, e minha irmã, 10, quando ele nos perguntou sobre o futuro e o que queríamos estudar; e imediatamente teve a resposta. Então, 4 anos mais tarde, viemos para Florianópolis concluir o ensino curricular e estudar para o vestibular. Esse foi o grande marco na história.

Outro marco importante foi ter conhecido o Dr. Abol e, posteriormente, ter me tornado assessora do PNCQ, que oportuniza fazer parte de um grupo seleto de pesquisadores fora do Brasil. A oportunidade de ser vice-presidente me foi dada primeiramente pelo Dr. Irineu Grinberg.

Como você enxerga a evolução da presença da mulher no mercado de análises clínicas?

A presença da mulher está cada vez mais marcante na área. A mulher já conquistou o mercado!

Para terminar, como você se descobriu na área de análises clínicas?

Por questões familiares, fiz  o curso de Farmácia e Bioquímica, porém, não gostei do curso. Fiquei em pânico ao saber que teria de estudar três anos no curso de Farmácia e depois fazer análises clínicas. Comecei, é lógico, a cabular as aulas. Na terceira fase, um professor que havia chegado dos Estados Unidos, e que era pós-graduado em Química, começou a dar aula de laboratório, então, passei a frequentar religiosamente as suas aulas. Quis o destino que ele percebesse um potencial em mim que nem eu conhecia. Para resumir, o professor de Química conseguiu um estágio para mim no laboratório de um hospital, o Hospital Naval de Florianópolis. Em contrapartida, eu não poderia faltar as aulas, pois poderia reprovar por falta de frequência. Assim combinado, todos os dias, o professor Salum e a esposa dele, também professora, me buscavam no pensionato, onde eu morava para ter certeza de que eu não faltaria a nenhuma aula.

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A Dra. Maria Elizabeth Menezes é farmacêutica, com habilitação em Análises Clínicas; mestre em Ciências Microbiologia, com área de concentração em Virologia; doutora em Ciências, Microbiologia, com área de concentração em Biologia Molecular e Biofísica. Possui pós-doutorado em Qualidade dos Processos Laboratoriais.

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