
O laboratório que encanta de hoje é da região litorânea do Rio Grande do Sul, e está localizado na cidade de Torres. Apesar de não trabalhar com o modelo de posto de coleta, pela proximidade de outros municípios, atende muitos pacientes de outras cidades. Seu proprietário é o Dr. Daniel Bedinote da Rocha, farmacêutico-bioquímico, especialista em citopatologia clínica (SBAC-RS) e mestre em diagnóstico genético e molecular (ULBRA-RS). Daniel ainda atua como docente na ULBRA, no campus Torres, desde 2004, onde também é diretor da incubadora tecnológica da universidade (ULBRATECH), desde 2016.
Vamos à entrevista!
Dr. Daniel, é um prazer tê-lo em nossa coluna. Para começar, gostaria que você comentasse como começou o laboratório. O que o motivou a abrir o empreendimento?
Na minha trajetória profissional em análises clínicas, já trabalhei como colaborador em laboratório hospitalar e particular. Em 2008, comprei 49% de um laboratório aqui em Torres e essa história é bastante interessante. Na negociação, para o proprietário me vender uma parte, eu teria que, em um ano, duplicar o movimento do laboratório. Tal resultado aconteceu em 9 meses. Esse histórico foi importante para minha decisão de abrir, em 2015, o Da Rocha Laboratório. Estamos inseridos em um espaço de “coworking”, com análises clínicas, sala de vacinas (Prevacine) e ecografia (Echographic). Eu faço a gestão dos colaboradores, porém, são empresas distintas nas quais eu não possuo sociedade.
O laboratório tem um conceito que o diferencia dos demais laboratórios da região, inclusive por optar por não atender o SUS. Quais são os principais pontos de atenção para um posicionamento como esse?
A escolha de não atender o SUS é simples. Não é possível realizar uma experiência ao paciente com retorno de um ticket baixo. Por exemplo: um prestador de serviço de excelência, como um hotel, pode cobrar uma diária baixa? O mais importante é direcionar suas ações de prospecção de mercado da forma mais assertiva possível. E, principalmente, trabalhar com clientes que estão menos propensos a realizar pesquisa de preço pelo serviço prestado.
Como você preparou os seus funcionários para atender bem o paciente e reduzir as interferências pré-analíticas?
Elencamos a etapa pré-analítica como a principal. Colocamos, como regra, não passar as orientações apenas oralmente. Nosso sistema informa as orientações pré-analíticas específicas para cada exame. Além disso, como adicional, possuímos um vídeo com as principais orientações e dúvidas do público, que é frequentemente enviado pelo WhatsApp para melhorar nossa comunicação com o paciente.
Qual a importância do treinamento neste cenário?
A educação continuada deve, por obrigação, ocupar a maior parte do tempo do gestor de um laboratório. Porém, não adianta o líder ter todos os cursos do mundo, se o seu colaborador não entender a cultura da empresa. Hoje, com certeza, o treinamento ao colaborador na Da Rocha consome um recurso financeiro expressivo para mantermos a qualidade do nosso atendimento.
E como conduzir um processo de reciclagem periódico?
A troca frequente de colaboradores é um problema grave e difícil de ser resolvido. Optamos por realizar um processo seletivo rigoroso. Definimos se o colaborador tem um perfil compatível com a cultura da empresa; e esta é a etapa principal. Depois, a parte técnica é desenvolvida. Reter um funcionário apenas pelo salário não resolve. O colaborador precisa permanecer na empresa por outros motivos, ou seja, por ser reconhecido e por enxergar que pode crescer dentro do laboratório.
O que levou você a escolher a certificação “Great Place to Work”?
Estamos focados em desenvolver a cultura do Da Rocha durante o ano de 2019. Estamos finalizando esse processo de certificação nas próximas semanas. Acreditamos que este selo apenas confirma o que já estamos conseguindo realizar internamente: ser um ótimo ambiente de trabalho para os colaboradores. Nós acreditamos, realmente, que o nosso maior patrimônio é: Daniel, Cibele, Graziele, Bruna, Cíntia, Daiane e Noeli, as pessoas que atuam no laboratório.

Da Esquerda para Direita: Dr. Daniel, Cibele, Caroline, Bruna, Noeli e Graziele.
Faltam na foto Cíntia e Daiane.
O laboratório tem projetos sociais bem relevantes para a comunidade. Quais são as principais atividades que já foram realizadas, e como funciona o programa?
Com certeza, o projeto “Laboratório Social Da Rocha” nos acompanha desde a nossa fundação. Ele traz uma frase que representa sua plenitude: NÓS FAZEMOS MAIS DO QUE EXAMES LABORATORIAIS. Apoiamos, com frequência mensal, projetos sociais, culturais e esportivos. É nossa contrapartida para a comunidade na qual estamos inseridos. Neste link aqui, compartilho o nosso projeto.
E você percebe se as ações sociais trazem resultado para o laboratório?
Não tenho dúvida. O maior resultado é a nossa satisfação em retribuir e contribuir para uma sociedade mais igualitária, literalmente fazendo nossa parte. Os clientes, frequentemente, usam as frases: “faço exames aqui porque vocês incentivam o esporte”, “o evento não teria acontecido se não fosse por vocês, por isso estou aqui”. Tais afirmações reforçam que estamos no caminho certo.
O seu laboratório desenvolveu um jogo. Como surgiu a ideia, e como foi perceber que a inovação foi aceita tanto pelo público quanto premiada?
O game está conosco desde a fundação. Confesso que foi inspirado na minha experiência pedagógica com gamificação de conteúdo. Até hoje, ele está no nosso site. Em 2016, fiz minha inscrição no 43° Congresso Brasileiro de Análises Clínicas (CBAC), realizado em São Paulo. Então, certo dia, no laboratório, eu pensei: “vou inscrever o game no prêmio da Hotsoft (hoje, um parceiro estratégico fundamental para o sucesso do laboratório) para inovação em tecnologia”. Para minha surpresa, fomos os ganhadores. Fez o maior sucesso! Compartilhei o link do game, e várias pessoas do Brasil inteiro jogaram aquele ano. Outros laboratórios também usaram o game no seu site, como foi o caso do laboratório “Amigo Vida” de Videira, Santa Catarina.
O laboratório funciona em um sistema de coworking. Como você vê o ganho em competitividade e redução de custos?
Foi o nosso “pulo do gato”, com certeza. Hoje, ainda somos o único modelo de negócio na região. Os principais frutos são: redução de custo, prospecção mais efetiva de clientes, marketing com custo menor (ex: uma página de jornal com as três marcas e com custo de 1/3 do valor), maior resolutividade do paciente, maior fluxo de pessoas; enfim, são inúmeros.
Você, além de ser proprietário do laboratório, ainda é professor acadêmico e diretor de uma incubadora tecnológica. Como estar próximo a esses ecossistemas auxilia na atualização profissional?
Posso afirmar que, hoje, frequento mais eventos de inovação e tecnologia do que da área laboratorial. “Sair fora da caixa”, literalmente, faz com que o Da Rocha cresça mesmo na crise. Esses ambientes são uma inspiração para seguir em frente.
Você é entusiasta do uso de indicadores na tomada de decisão. Fale um pouco sobre isso.
Já utilizo o BI da Hotsoft há dois anos. Todas as minhas decisões são realizadas com base nos indicadores dessa ferramenta. Através dela tenho o controle de quanto de orçamento estou perdendo a cada mês, e qual a produtividade de cada colaborador. Enfim, é uma ferramenta fantástica. Não conseguiria administrar meu laboratório sem ela.
Existe mais algum assunto que você considere interessante comentar?
Por fim, gostaria de acrescentar que se cada gestor se permitir sair da zona de conforto diariamente, aprender com os erros e saber onde seu laboratório quer estar nos próximos 5 anos, não tenho dúvidas de que a empresa crescerá de uma maneira saudável e sólida.
-- Gostou da história do Laboratório Da Rocha? Você conhece algum laboratório que merece estampar a próxima coluna do laboratório que encanta? Envie um e-mail para contato@aceleralab.com.br e conte para um pouco da história do laboratório! Se ele for selecionado, ele pode estar aqui no Portal Aceleralab!
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