Você é o gestor que desiste e se sente frustrado quando as coisas não funcionam como você gostaria ou é do tipo que persevera até mesmo nos cenários mais difíceis, aprendendo com seus erros? Segundo um estudo realizado pela psicóloga norte americana Carol Dweck, o primeiro gestor tem a “mentalidade fixa” e o segundo a “mentalidade de crescimento”.
Veja como essas mentalidades podem impactar o seu negócio!
A mentalidade fixa x Mentalidade de crescimento
Dentre os itens abaixo, quantos você se identifica?
Me envergonho dos meus erros, evito expô-los para os outros e acho que são provas de que não tenho competência para o cargo;
Acho perda de tempo me envolver com algo que não creio ter capacidade de fazer;
Me ofendo e me frustro com facilidade quando recebo um feedback negativo;
Evito desafios que terei dificuldade para concluir, pois não quero lidar com o fato de que não sei fazer determinada tarefa;
Desisto facilmente quando não consigo fazer algo de primeira;
Não sou bom nisso: eu já desenvolvi todas as habilidades que poderia e não conseguirei aprender algo novo;
O sucesso dos outros colegas me incomoda.
Se você se vê pensando dessa maneira, pode ser que a sua mentalidade seja fixa. O que isso quer dizer? Que você é uma pessoa que tende a ficar na zona de conforto, e que pode estar, inconscientemente, deixando de permitir que o seu negócio se desenvolva e cresça.
Isso pode acontecer pois você acredita que suas qualidades, como o intelecto ou o talento, são imutáveis e que não é possível mudar essa realidade. Além disso, o gestor que tende a ter essa mentalidade fica menos predisposto a se expor aos riscos e desafios que poderiam contribuir para o crescimento do seu negócio, já que estão preocupados em preservar a autoimagem e acabam não se aperfeiçoando mais.
No entanto, nos tempos modernos, em que se exige um aprendizado e reinvenção constante, os gestores que acabam desenvolvendo uma mentalidade de crescimento têm mais chances de sobreviver às mudanças do mercado e colherem mais frutos financeiros. Isso ocorre porque quem pensa dessa forma entende que suas habilidades natas são maleáveis e que podem ser desenvolvidas com tempo, aprendizado e esforço, o que as tornam mais propensas a enfrentarem desafios que alguém com a mentalidade mais fixa não faria.
Portanto, é possível imaginar que, em um cenário competitivo que conta com fatores externos como a pandemia, o gestor com mentalidade de crescimento consiga identificar e resolver mais rapidamente seus novos desafios, ao contrário do gestor com a mentalidade fixa, que vai provavelmente evitar se expor ao risco e aguardar que outros laboratórios saiam na frente antes de tomar alguma decisão.
Como exercitar a mentalidade de crescimento
1) Não tenha medo de pôr a mão na massa
Obter crescimento pessoal e a excelência profissional só é possível através do esforço e do trabalho duro. Quando nos poupamos de desempenhar certas funções por receio do esforço envolvido, estamos deixando de aprender novos conhecimentos e habilidades, que serão necessários para enfrentar os desafios que ainda estão por vir.
2) Encare o erro também como um aprendizado
A sensação de errar é muito desagradável, pois normalmente está associada com algum tipo de ônus que poderia ter sido evitado. Mas o gestor precisa entender que errar faz parte do jogo e que quando se identifica a origem da falha e se aprende com ela, é possível se desenvolver através dele. A partir do momento que perdemos o medo de errar - o que não significa ser inconsequente - passamos a tomar riscos mais apropriados e com mais segurança, já que não tendemos a repetir um erro quando aprendemos com ele.
3) Aceite feedbacks que podem ser úteis
O feedback construtivo pode se tornar uma ferramenta valiosa para o crescimento profissional. Ao invés de se apegar ao fato de que você é uma pessoa incapaz de realizar determinada tarefa ou não tem aptidão para outra, enxergue o feedback como uma oportunidade de se aperfeiçoar como gestor. Ter ciência dos próprios erros é melhor do que continuar realizando-os sem identificar os impactos negativos que isso trará para o seu negócio.
4) Desafie-se sempre que possível
Algumas atividades que não estamos acostumados parecem difíceis à primeira vista, como andar de bicicleta. Mas depois de ultrapassar a curva de aprendizado, pode ser que você não ache mais tão difícil, e até olhe para trás pensando que deveria ter começado antes. Para um analista clínico, analisar demonstrativos financeiros ou até mesmo montar uma estratégia de marketing pode ser algo desafiador, mas com grandes chances de se tornar mais fácil à medida que se vai desenvolvendo a nova habilidade.
5) Não desista fácil
Desistir logo na primeira dificuldade também pode ser considerado um erro, pois o gestor poderá estar abrindo mão de tarefas importantes para o crescimento do negócio. Por mais difícil que uma tarefa possa ser, tente pensar no que você irá conquistar assim que conseguir finalizá-la. Pensar nos ganhos pode ser uma boa forma de se manter motivado.
É sempre tempo de rever alguns hábitos antigos e que podem estar sendo prejudiciais para o crescimento pessoal e profissional. E vale lembrar que esse tipo de mudança de pensamento não precisa acontecer da noite para o dia: ela pode ser gradual e consistente, na medida que você se sentir à vontade. O importante é nunca desistir de buscar oportunidades de se tornar um gestor melhor.
Para quem quiser se interar mais sobre o tema, pode ler o livro "Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso" da Carol Dweck.
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